O governo federal ainda não conseguiu deslanchar o ritmo de concessões no setor de infraestrutura. Depois de dois anos de licitações importantes nas áreas de energia, transportes e telefonia, o volume de bens e serviços transferidos para a iniciativa privada despencou em 2009.


Até a semana passada foram realizados apenas quatro leilões (com pouquíssimas ofertas), contra 20 disputas nos anos de 2007 e 2008, segundo dados da Associação Brasileira de Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib).

As expectativas para o segundo semestre são desanimadoras, dizem investidores, especialmente diante do sinais dados pelo governo de adotar um discurso estatizante.


O sinal mais recente veio na semana passada, no anúncio do novo marco regulatório do pré-sal. As regras foram apresentadas como uma proposta que vai rever e aumentar o papel do Estado na indústria do petróleo e elevar o poder da Petrobrás.

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O objetivo dessa matéria é criticar o modelo adotado para o pré-sal e nada mais.

Não se sustenta diante do bom senso que deve ser adotado quando se trata desse assunto.

Primeiro absurdo: comparar números de um período de dois anos (2007 e 2008) com meio ano de 2009. Ou seja, em dois anos, 20 disputas, contra 4 em meio ano de 2009.

Eu pergunto: o que isso significa exatamente? Nada!

Foram 20 em dois anos, como poderiam ser 30 ou 10.

E foram 4 em meio ano de 2009, como poderiam ter sido 8 ou 2.

As necessidades de concessões são variadas e de forma alguma são proporcionais ao número de meses. Não há uma lógica de realizar, por exemplo, 10 concessões por ano.

Outro dado importante: do planejamento até a contratação de um serviço concedido, em qualquer país desenvolvido, leva cerca de cinco anos. No entanto, no Brasil, “especialistas” interpretam que se o Governo Lula não tivesse um viés estatizante levaria dois ou três anos apenas. O que é um absurdo, convenhamos.

E se o fizesse, implantaria modelos capengas, como o da malha ferroviária, que é diferente do que é feito no mundo todo, com problemas seríssimos como o que temos, ao dificultar ou impossibilitar que um operador ferroviário utilize a malha ferroviária que mais lhe interesse, para reduzir custos e aumentar a eficiência logística.

A realização do leilão para concessão dos sete lotes de rodovias federais, com grande sucesso de preço dos pedágios, embora tenha sido apenas um evento, na verdade, equivaleu a sete, em termos de quantidade e a quinze em termos de significado para a melhoria da logística de cargas e passageiros.

Como dissemos, anteriormente, o intuito é atacar o pré-sal. O resto não faz sentido, porque não se sustenta.

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Uma resposta para “Governo paralisa concessões no setor de infraestrutura (será?)”.

  1. Avatar de Sergio Telles

    Uma outra coisa relevante, nesse período, o crédito internacional ficou restrito e fazer concessões significariam preços mais elevados dos serviços, a crítica está tão mal feita que nem considerou a situação da crise mundial. Os leilões que já estavam programados, no setor elétrico, foram dominados por empresas nacionais por falta de competitividade dos estrangeiros.

    Lembrando que haverá um leilão de energia eólica se não me engano em novembro, que está bastante concorrido.

    O governo, como vc bem colocou, não é quitanda pra sair concedendo tudo a qualquer custo a qualquer momento: é necessário planejar e aguardar as situações favoráveis, pra não cometer os crimes lesa-pátria como a venda da Vale do Rio Doce, ocorrida no meio da crise da Rússia, o que afundou o preço de venda da empresa.

    E recentemente ainda tivemos a autorização da operação da transmissão de dados via rede elétrica, que gerará o aumento expressivo de operadores nesse setor, concorrendo com os via tv a cabo, via cabeamento da telefonia fixa e via 3G.

    De fato a agressão ao pré-sal agora virá de todas as formas, os que odeiam o Brasil estão inconformados.

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