A Embraer teve um lucro de apenas R$ 38,3 milhões, no primeiro trimestre de 2009.
Isto porque demitiu quatro mil funcionários em fevereiro de 2009, a um custo das demissões declarado de R$ 76 milhões (média de R$ 19 mil/funcionário).
Ou seja, se não tivesse demitido tanta gente – na minha opinião para reduzir a média salarial -, o lucro poderia ser, pelo menos o dobro.
Outro dado revelador, de que a Embraer não apresentava problema algum para demitir quatro mil, é mostrado pela receita líquida. Ela somou R$ 2,67 bilhões, bem maior do que o faturamento de R$ 2,32 bilhões obtido um ano antes.
A explicação de que essa elevação se deu pela desvalorização de 33% do real médio em relação ao dólar médio não diminui o “erro bem pensado” da redução do seu quadro de pessoal.
Apesar das demissões injustificadas, o BNDES continua financiando a Embraer, tanto para a aquisição de aeronaves pela Azul, como para exportação de aviões para a Argentina.
Complementando esse quadro – que fundamenta a contratação e não a demissão de funcionários – foram assinados recentemente dois contratos de entes do governo federal com a Embraer: US$ 1,3 bilhão com a FAB e US$ 140 milhões com a Marinha.
A minha posição, em relação às demissões, independe de reconhecer o direito das empresas de adequarem seu quadro de pessoal, em relação à nova realidade.
Nosso entendimento é de que empresas, como a Embraer, com solidez apresentada em seus balanços, deveriam dar as suas contribuições para atenuar os efeitos da crise dos EUA, no Brasil, ao invés de contribuírem para piorá-los.
Conclusão: conforme o tempo passa, fica mais complicado para a Embraer explicar os reais motivos da demissão em massa.
Clique aqui e aqui e leia as matérias publicadas sobre esse tema, hoje, no G1 e no Valor Online (para assinantes), respectivamente.
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