
De acordo com a PRF, mais de 80% dos acidentes acontecem em pistas em bom estado de conservação e nas retas, quando o motorista acaba abusando da velocidade e não cumpre as regras de segurança no trânsito.
A rodovia mais perigosa é a BR-116. O trecho entre São Paulo e Rio de Janeiro, aparece no topo da lista de acidentes, é o mais movimentado do país, com Volume Médio Diário – VMD, de cerca de 200 mil veículos. A Régis Bittencourt, entre Paraná e São Paulo, vem logo a seguir com VMD de 16 mil veículos. No período de férias, o cuidado deve ser maior na BR-101, em Santa Catarina, BR-324, na Bahia, e BR-232, em Pernambuco.
Para a Polícia Rodoviária Federal, prudência ainda é a melhor prevenção contra os acidentes. O Inspetor Alvarez Simões lembra que, das oito principais causas de acidentes declaradas pelos motoristas são pela ordem, falta de atenção, excesso de velocidade, desobediência à sinalização, falha mecânica, não manter distância segura, ultrapassagem indevida, defeito na via e sono – seis têm relação direta com o condutor.
No dia 5 de março de 2007, publiquei artigo com o título “Estradas boas, estradas perigosas“, onde tentava ir contra a maré dominante de que os acidentes são função das condições físicas das rodovias. Vale a pena ler também o post ” O desserviço prestado por parte da mídia em relação aos acidentes rodoviários“, publicado aqui em 11 de abril de 2007.
Embora se deva valorizar o quanto é importante uma rodovia com o pavimento e a sinalização em bom estado, aliado à uma geometria que não “empurre” os veículos para acidentes, é mais importante ainda um diagnóstico mais preciso que explique porque acidentes e mortes ocorrem em situações mais favoráveis das condições físicas das rodovias.
Isto porque se não tivermos um diagnóstico correto, proporemos medidas ineficientes e ineficazes.
A pesquisa do IPEA sobre custos de acidentes, e estes dados da PRF, mostram que “o buraco é mais embaixo”. Logo, rodovias em boas condições não inibem acidentes, em alguns casos aumentam.
Atenção especial deve ser dada ao condutor do veículo, com medidas educativas e repressivas, única maneira de reduzir a mortandade que ocorre nas estradas e nas vias urbanas deste país.
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