O Brasil tem a logística mais competitiva do mundo em minério de ferro, mas ainda precisa melhorar sua eficiência na área siderúrgica. No minério de ferro, os corredores de ferrovias e portos são um diferencial importante na redução de custos, tornando-o imbatível no mercado internacional. Já os produtos siderúrgicos – cerca de 70% transportados por rodovias – precisam conquistar mais espaços no transporte ferroviário para ganhar competitividade na economia globalizada.
Mobilidade, Logistica e Transportes
Blog de José Augusto Valente
Os corredores da estrada de ferro Carajás-porto Ponta da Madeira e da estrada de ferro Vitória-Minas-porto de Tubarão, administrados pela Companhia Vale do Rio Doce, líder mundial em minério de ferro, e na ferrovia da MRS (foto) com saída pelo porto Itaguaí, baía de Sepetiba, no Rio de Janeiro, são exemplos de logística competitiva no País. A afirmação é de Renato Pavan, da Macrologística Consultoria, que junto com Eliezer Batista, elaborou o estudo Projeto Brasil Competitivo – adequação da logística e da infra-estrutura do transporte de cargas à competitividade internacional.
“Os sistemas mais competitivos de transportes são: hidrovia com um custo de US$ 10 a tonelada por quilômetro útil (TKU), ferrovia US$ 20 e rodovia US$ 50”, afirma Pavan, apontando que no Brasil cerca 70% de todo o transporte de cargas é por rodovias, 22% por ferrovias e o restante outras modalidades.
“Grande parte dos produtos siderúrgicos é transportada por caminhões. As ferrovias, que hoje transportam minério de ferro, precisam ofertar um número maior de vagões para produtos siderúrgicos”, afirma Pavan.
A MRS Logística, empresa controlada pela CSN, Usiminas, Gerdau e MBR (da Vale), deverá transportar 130 milhões de toneladas este ano, com cerca de 70% do volume de minério de ferro, aço e carvão. O restante é composto de grãos, celulose, fertilizantes, bauxita, cimento e contêineres. O presidente da empresa, Júlio Fontana Neto, diz que os investimentos este ano chegarão a R$ 700 milhões.
A América Latina Logística (ALL), maior operadora logística da América Latina, também vem ampliando sua atuação na área siderúrgica. A empresa está transportando de 60 mil a 70 mil toneladas de produtos por mês, afirma Felipe Guimarães, gerente de produtos industrializados. As ferrovias, de acordo com a empresa, estão aumentando sua participação no abastecimento de matérias-primas, transferência de produtos entre unidades e no transporte de produtos até os portos, mas o modal rodoviário ainda responde por 60% dos volumes transportados.
Para o professor Paulo Fernando Fleury, diretor da Coppead da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), referência em estudos de logística no Brasil, os grandes grupos de minério de ferro e produtos siderúrgicos resolveram seus problemas de transporte, porque se tornaram acionistas de ferrovias. “Eles são competitivos, enquanto os pequenos enfrentam dificuldades para exportar por falta de acesso as ferrovias e portos”, afirma.
Matéria publicada esta semana no jornal Valor Econômico.
Leia a íntegra no site Webtranspo
As empresas ferroviárias irão, à medida que a demanda aumenta, investir na ampliação e modernização da malha. A distribuição logística irá se ajustar de acordo com o mercado. O governo federal já vem fazendo a sua parte. Através do Plano de Aceleração do Crescimento, estão sendo investidos obras na malha ferroviária e em soluções logísticas para esse modal, cuja meta é, até 2010, alterar a matriz de transportes, com a redução do rodoviário, mais caro e poluente.
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Posted in Modal Ferroviário
Uma resposta para “Transporte rodoviário compromete a competitividade”.
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O caminhão é, sem dúvida, o atraso do Brasil. Infelizmente, acredito que exista um lobby muito grande por trás disso tudo, onde alguns poucos lucram bilhões com a ineficiência, onde os gastos são cada vez maiores, com mais pessoas envolvidas, mais elementos, mais instâncias, etc.
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