Esse é o título de post do blog do Sardenberg, no G1.
Emiti os seguintes comentários, no blog dele, que reproduzo aqui porque acho que há muita confusão e desinformação sobre o planejamento de governo (e mesmo de empresas gigantes), terminando por se tratar esse assunto complexo, como se trata um plano de construção de uma casa, por exemplo.
1. O projeto do trem de alta velocidade, ligando Rio a São Paulo, com uma perna para Campinas foi estudado em 1998, pelo Geipot (que foi extinto pelo FHC). Não tem nada de megalomaníaco e está em consonância com o que está acontecendo no mundo todo, em especial na Europa e na Ásia.
2. Grandes e complexos empreendimentos, no mundo todo, levam tempo para maturar até chegar à sua execução. Tratar esse empreendimento, como o colunista está fazendo, como se fosse a duplicação da BR-101 Sul (Palhoça – Osório), é atestado de incompetência para tratar de assuntos de alta complexidade. É melhor, então, não fazê-lo e buscar ajuda com quem entende do mesmo. Ainda assim, se fosse a obra de duplicação da BR-101 Sul, devo lembrar que o FHC anunciou o início dessa obra, em todas as mensagens ao Congresso – quando do envio da proposta orçamentária -, entre 1999 e 2002. Ocorre que ela somente foi iniciada, e está bastante adiantada, pelo governo Lula. Para desgosto da Oposição!
3. Com a eleição de novos governadores em São Paulo e no Rio, em 2006, é natural que suas demandas sejam levadas em consideração nos estudos que o BNDES está coordenando, para completar a maturação necessária e natural desse projeto de altíssima complexidade (só não é na cabeça dos colunistas de oposição incondicional)
4. Planejamento não é determinista – embora alguns economistas odeiem essa idéia. Empresas como a Shell, Xerox e outras gigantes utilizam o planejamento (participativo, no caso destas) para terem idéia do esforço que têm que fazer para conseguir os resultados pretendidos, entre outras finalidades. Se as metas parciais vão ser ou não atingidas é outra questão e para isso são feitas revisões periódicas para re-definir ações e re-adequar prazos e custos. Me admira o colunista de tão importante veículo de comunicação não saber nada a esse respeito. Sugiro a leitura de Arie de Geus e Peter Schwartz para aprender um pouco sobre isso e superar a visão determinista do planejamento, algo abandonado por empresas e governos há mais de 20 anos.
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