O Brasil está com a capacidade de armazenamento de grãos 30% abaixo do necessário. Segundo o diretor de Gestão de Estoques da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Rogério Colombini, a capacidade estática de armazenamento ideal seria de 20% acima da produção, mas hoje ela é de apenas 120 milhões de toneladas. Com a previsão da safra 2007/08 estimada pela própria Conab em 135,5 milhões, o número ideal seria de 172,6 milhões.

Segundo ele, o grande problema logístico que o País enfrenta diz respeito ao transporte. “A melhor estratégia para nós seria a melhoria das rodovias e ferrovias, esse é o grande gargalo”, completa.

Na Região Centro-Oeste a situação logística é critica, de acordo com o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Mato Grosso do Sul (Famasul), Ademar Silva Júnior. “Quanto mais aumenta a produção, pior fica a situação no nosso estado, que já tem um déficit significativo de armazéns”, diz.

O Rio Grande do Sul confirma a previsão de dificuldades no armazenamento de grãos no próximo ano, já tendo observado um déficit de cerca de 9% em relação à safra 2006/07.

Leia mais no site do DCI

Há muito tempo que venho batendo na tecla de que um dos principais gargalos logísticos é a armazenagem – na produção, em áreas intermediárias e nos portos.

A famosa fila de caminhões é causada, única e exclusivamente, porque os embarcadores preferem despachar por caminhão carregamentos de soja que não terão condições de ser imediatamente embarcados ou armazenados no porto.

Eles fazem isso porque preferem isso a investir na silagem.

Quando Secretário da SPNT, procurei o BNDES, junto com representantes da CONAB, para ver o que estava “pegando” no programa de financiamento de silos e armazéns, o Moderinfra. Não havia grandes problemas, mas um certo desinteresse por parte dos embarcadores.

A matéria mostra, com fatos, que esse é um grave problema. Mas como está somente nas mãos da iniciativa privada, prefere-se desviar o assunto totalmente para rodovias, ferrovias e portos, como fez o Sr. Colombini. Afinal, o governo tem “costas largas” o suficiente, para todas as culpas do mundo.

Temos demonstrado que, ao contrário do que diz o Sr. Colombini, há pouco o que melhorar nas rodovias. Nas ferrovias, os embarcadores e os concessionários de ferrovias precisam responder à sociedade porque a produção de soja do oeste paranaense desce aos portos de Paranaguá, São Francisco do Sul e Santos por caminhões (bi-trens, em geral) e não por ferrovia, na medida que há trilhos, locomotivas e vagões, desde Cascavel (PR) até esses três portos.

Idem em relação à parte da produção de soja em Mato Grosso, que escoa por caminhões quando há trilhos, locomotivas e vagões.

Quando eles responderem a essa pergunta, ver-se-á que não é problema de governo mas sim de relações comerciais, no âmbito da iniciativa privada.

***


Descubra mais sobre Mobilidade, Logistica e Transportes

Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.

Posted in

Deixe um comentário

Descubra mais sobre Mobilidade, Logistica e Transportes

Assine agora mesmo para continuar lendo e ter acesso ao arquivo completo.

Continue lendo