O filósofo e matemático Antanas Mockus (foto), 55, encontrou-se esta semana com o governador José Serra (PSDB), o prefeito Gilberto Kassab (DEM), secretários municipais e estaduais, além de líderes de ONGs. A agenda de reuniões do ex-prefeito (por duas vezes) de Bogotá são prova de seu prestígio.

Mockus é considerado o pai da revolução urbana que transformou aquela cidade em exemplo de como fazer muito com pouquíssimo dinheiro.

Entrevista da Folha Online clique aqui para ler na íntegra

FOLHA – Sua primeira campanha de marketing envolveu a educação no trânsito. Por que começou por ali?
MOCKUS
– Para valorizar o espaço público, precisamos melhorar o encontro dos desconhecidos. Então comecei a tentar melhorar o convívio entre pedestres e motoristas. Descobrir o porquê da agressividade e o que piorava a lentidão.

FOLHA – São Paulo gastou cerca de R$ 200 milhões no ano passado recapeando ruas, e o governo anterior construiu túneis dos Jardins na direção do Morumbi. Ambas ações priorizam o uso do carro em vez do transporte público. Bogotá fez o contrário?
MOCKUS
Nosso rodízio atinge 40% dos carros por dia, quatro números não podem circular durante seis horas por dia. Quando eu era reitor da Universidade, eu ia de bicicleta para a reitoria (ver foto), chamava atenção que a minha escolta usava carro e eu na bici. Quando prefeito, andei de bicicleta várias vezes. Aos domingos, fechamos as principais avenidas de Bogotá por várias horas e elas se transformam em um grande parque. É um dia de mais exercício físico, as pessoas ficam de melhor humor, a poluição diminui.
Investimento prioritário é transporte público. Menos espaço e verbas para o transporte privado de carro, prioridade para faixas exclusivas de ônibus, melhorar as calçadas.

Todas as grandes cidades terão que seguir Cingapura e Londres no futuro, e ter um pedágio eletrônico.
Usar carro em certas horas é caro, não dá para tirar dinheiro público para fazer as obras caríssimas que demandam o tráfego de carros. Investir em transporte público com esse dinheiro é redistribuir renda.

É o que esse blog tem dito, com frequência: não há como resolver o problema do trânsito e da poluição das médias e grandes cidades se não se oferecer um bom transporte coletivo e de massa e restringir a circulação de automóveis.
Será que o Prefeito e o Governador de São Paulo vão se convencer disso, depois dessa conversa com o Mockus?

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