O Código Brasileiro de Trânsito diz que a faixa pintada no asfalto é do pedestre e que os carros são obrigados a parar. O que Brasília fez foi simplesmente cumprir a lei, que aliás, vale para todo o País.
Dependendo do ângulo, Brasília pode parecer uma cidade comum. Onde a rotina iguala carros e gente. Mas aqui os passos podem ser seguros, desde que encontrem um caminho aberto só para eles. A faixa de pedestre existe há dez anos. Quem usa, sabe. Tem que dar um sinal ao motorista: um gesto que nasceu aqui, depois de uma pesquisa em outros países.
“Nós observamos outros países que também respeitam a faixa. Na Alemanha, por exemplo, o pedestre se aproxima da faixa, visualiza o veículo, pára e estica o braço. Estudando o comportamento do nosso pedestre, descobrimos que as pessoas mais afoitas não paravam para olhar o veículo. Então, para não precisar mudar de posição, basta chegar e esticar o braço. Foi essa a nossa idéia”, explica Marcelo Granja, gerente de Educação no Trânsito.
De acordo com o Detran/DF, a partir de 1995, várias medidas visando maior segurança no trânsito, como a obrigatoriedade do cinto de segurança, foram postas em prática. A utilização sistemática da faixa visava especificamente a segurança do pedestre e, conseqüentemente, a redução de atropelamentos.
Quando o programa teve início, em abril de 1997, havia 300 em todo o DF; hoje, são aproximadamente 4 mil faixas nas vias urbanas e 119 nas Rodovias Distritais. A travessia na faixa e a parada obrigatória dos veículos tiveram um impacto significativo: nos dois primeiros anos em que a lei vigorou, houve uma queda de 49% nas mortes por atropelamento nas vias do Distrito Federal, enquanto os índices de vítimas fatais em outros tipos de acidente caiu 14%. Apesar da faixa de pedestres ser um motivo de orgulho para os brasilienses, também há motivo para preocupação, pois o número de vítimas fatais voltou a crescer. Em 2006, foram registrados dez atropelamentos fatais nas faixas, cinco vezes mais do que em 1997.
De acordo com Délio Cardoso, diretor geral do Detran, um dos fatores para este aumento é a inadequação do local de algumas faixas. “Além da revitalização, estamos instalando totens e acionamento manual para pedestres no semáforo”, comentou.
Fonte : Tribuna do Brasil /Portal G1/DFTV
Para que a população brasiliense pudesse utilizar a faixa de pedestre com segurança, foi preciso realizar um trabalho de conscientização. Aprender, implica mudança de comportamento. A aprendizagem só se concretiza quando a pessoa muda a forma de agir. O mesmo procedimento vale para a educação no trânsito. Respeitar o limite de velocidade, obedecer aos sinais, evitar bebida alcoólica antes de dirigir, parar para dar passagem ao pedestre são comportamentos adquiridos.
Brasília, apesar de demandar algumas soluções no que se refere à educação no trânsito, ainda assim, serve de exemplo. A cidade tinha um dos trânsitos mais violentos do mundo. As pistas da capital da República matavam tanto ou mais que doenças cardiovasculares, câncer, diabetes.
Urge, em todo o País, tomadas de decisão para que exemplos como o de Brasília sejam seguidos.
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