Informações da pesquisa sobre custos de acidentes rodoviários, desenvolvida pelo IPEA e Denatran, mostram que quanto melhores as condições das rodovias maior a quantidade e o custo dos acidentes rodoviários. Isso é natural pois, nas rodovias onde estão os grandes volumes de tráfego, maior é a probabilidade de ocorrência de acidentes.
As rodovias estaduais de São Paulo são, reconhecidamente, as melhores do país. Entretanto, lideram o ranking de custo anual de acidentes com R$ 3,3 bilhões. Em segundo lugar, vem o conjunto de rodovias federais do Sudeste – SP, MG, RJ e ES – com R$ 2,4 bilhões. Em seguida, as rodovias estaduais de Minas Gerais, com R$ 1,9 bilhão; as federais do Sul – RS, SC, PR – com R$ 1,6 bilhão; e a malha estadual do Paraná, com R$ 1,2 bilhão.
No total, o custo anual de acidentes em rodovias municipais, estaduais e federais atinge o valor de R$ 22,0 bilhões, sendo que as malhas municipais e estaduais custam R$ 15,5 bilhões, quase 70% do custo total.

Só na malha federal morrem, por ano, 10 mil pessoas entre ocupantes de veículos e atropelados. As principais causas: excesso de velocidade; alcoolismo e drogas; excesso de peso nos caminhões; cansaço dos motoristas pelo excesso de tempo de direção; ultrapassagens em locais proibidos ou perigosos; precariedade dos veículos; rodovias insuficientemente sinalizadas e/ou conservadas; baixa proteção aos pedestres; condutores de veículos despreparados para dirigir em rodovias; entre outras.

Essa é uma tragédia cotidiana, silenciosa e invisível, que mata, cerca de 30 mil pessoas (rodovias e trânsito urbano) e deixa mais de 200 mil feridas, a cada ano. Em dezembro de 2007, teremos a repetição desses números, se não começarmos a atuar, de maneira vigorosa, a partir de agora.
O Seminário de Segurança contra Acidentes, promovido pelos Ministérios dos Transportes e das Cidades, com o apoio da entidade NTC&Logística, no final do ano passado, foi um marco da “guerra sem trégua”, dos governos e da sociedade, pela drástica redução de acidentes, de feridos e de mortes no trânsito urbano e nas rodovias. Neste Seminário foram delineadas as linhas mestras para a definição de uma Política Nacional de Segurança nas Rodovias, com ações nas três áreas básicas de atuação: educação; melhorias operacionais e controle.

Na área da Educação: ações para o ensino fundamental; maior qualidade nas auto – escolas; propaganda de utilidade pública permanente; formação de caminhoneiros, com a inclusão de simuladores, nos moldes do que é feito com os pilotos de avião; jogos p/ crianças e utilização eficaz da Internet.

Na área de melhorias operacionais: manutenção rotineira das rodovias e da sinalização; eliminação de pontos críticos de acidentes; implantação de 3as. faixas em subidas; atendimento SAMU nos corredores c/ maior fluxo de tráfego, como é feito na Régis Bittencourt; renovação da frota de caminhões, com a exclusão de veículos com mais de vinte e cinco anos de fabricação; e maior rigor nas inspeções veiculares.

Na área de controle e repressão, ações que informem e punam o excesso de velocidade, o excesso de carga por eixo nos caminhões, o uso de drogas pelos condutores, o desrespeito à sinalização, entre outras.

A ação coordenada das três esferas de poder, com a ativa participação dos Ministérios dos Transportes, das Cidades e da Justiça, bem como das entidades da sociedade, tem todas as condições de reduzir, até 2010, os atuais números para patamares mínimos aceitáveis.


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